A importância do setor automotivo e em especial o de revendas de veículos usados para a economia brasileira é de longe motivo de orgulho para todos que nele e dele vivem e sobrevivem. Não foi diferente o sentimento de desamparo e dúvidas que o impacto causado pelo surto de contágio originado pelo COVID-19 gerou.
Os prejuízos superam os financeiros e de saúde pública, invadindo a instância da saúde mental de todos que conviveram com as incertezas provocadas pelas expectativas criadas diante de uma desastrosa é possível situação de descontrole da ordem social e econômica. Fora os sintomas da doença, tivemos de enfrentar um processo de ansiedade muito desgastante. Depois de tantas perdas de vidas, irreparáveis, tamanha confusão a respeito de como enfrentar o problema, as paralisações, os medos e preocupações, apesar de estarmos ainda em meio à furação, vemos uma luz brilhar.
Os indicadores já mostram uma pequena estabilização do contágio, sem dúvida ainda muito grave, porém sob uma guarda mais experiente por parte de todos. Ainda devemos nos preocupar e estar todos atentos, com esse vírus não se deve esmorecer, ele não perdoa e sabe ser duro quando o tratam com incompetência e desprezo. O combate deve ser continuado, antes de tudo preservar a vida. A vacina está em andamento, a prevenção e os cuidados a serem tomados, a cada dia ficam mais claros e fazem parte do cotidiano das pessoas. Tudo isso nos leva para um ambiente onde a perspectiva positiva caminhe mais tranquilamente.
Os resultados do comércio de veículos usados têm sido muito importantes para mostrar como tudo deve se reorganizar e tomar uma direção para o progresso, tanto no combate ao vírus, como da própria economia em pouco tempo. O site Auto Indústria veiculou artigo com estudo sobre os resultados estatísticos sobre a liberação de créditos para a aquisição de veículos usados no mês de julho, segundo o folhetim, de todos os tipos de automóveis, em especial os veículos seminovos e usados, leves, pesados e motos, ocorreu em julho uma alta de 25,8% em relação a junho, mesmo que tenhamos tido uma redução de 0,2% no comparativo interanual. Resultado compreendido satisfatório, observada a crise de saúde pública que estamos vivendo.
Outra notícia é que o mercado de usados vem crescendo e se recuperando mais rápido que o mercado de novos, o que nos preocupa porque a venda de novos impulsiona o mercado de usados, quando se trata de compor estoques das lojas de usados. Porém, óbvio o mercado de novos está em recuperação e deve se estabilizar acompanhando o mercado de usados.
Os seminovos e usados foram decisivos para melhorar os resultados das financeiras na liberação de créditos para os consumidores do setor em julho. Segundo a revista eletrônica “foram financiadas 485,7 mil unidades, entre novas e usados de veículos leves, pesados e motos, resultado que representa decréscimo de 10,2% sobre o mesmo mês de 2019, mas crescimento de 25,8% sobre junho passado”.
A B3, no dia 11, terça-feira última, divulgou balanço realizado pela SNG, Sistema Nacional de Gravames, que reúne o cadastro das restrições financeiras de veículos dados como garantia em todo País, um resultado que indica maior impacto negativo nas vendas de veículos novos. Segundo a empresa, “no segmento dos automóveis e comerciais leves novos, houve queda de 31,1% na comparação do mês passado com julho de 2019 – 85,3 mil contra 123,8 mil. Já o financiamento de leves usados registrou baixa de apenas 5,7% no mesmo comparativo, com 297,9 mil e 315,9 mil unidades, respectivamente. Em relação a junho, quando a movimentação já tinha sido maior nos usados, a concessão de crédito cresceu 23,3% nesse caso e 26,4% nos modelos novos”.
Observou-se que o segmento de pesados e motos, novos e usados, foi o que registrou o melhor cenário, com “24,7 mil financiamentos em julho, dos quais 12 mil de novos e 12,6 mil de usados, houve aumento da concessão de crédito para caminhões e ônibus da ordem de 0,1% no comparativo de julho com o mesmo mês do ano passado e de 8% em relação a junho”. Desta feita ficou evidente que as motocicletas novas e usadas estão tendo uma recuperação acima do esperado superando o ano de 2019 em 14,1%. Bom sinal. Quanto ao prazo médio dos financiamentos, houve uma diminuição do número médio de meses, passando de 44,1 em 2019, para 42,9 meses em 2020.
A pesquisa mostrou também que o CDC, Crédito Direto ao Consumidor, continua sendo a opção dominante dos negócios realizados a prazo, com 86,3% de participação nas transações totais do setor automotivo[1].
Apesar de tudo e de todos os problemas, estamos positivos com relação a retomada dos negócios. o COVID-19 é sem dúvida um acontecimento terrível, irreparável, e é bom saber que estamos vencendo essa luta. Temos muita a fazer, estarmos firmes em compreender os riscos que este vírus provoca. Vamos em frente em busca da vitória.
[1] Fonte: https://www.autoindustria.com.br/2020/08/11/veiculos-usados-alavancam-financiamentos-na-pandemia/. Acesso 13/08/2020.
Coluna Especial MT Econômico – Setor Automotivo
Colunista MT Econômico: Ricardo Laub Jr.
Historiador e Empreendedor graduado no Curso de Licenciatura Plena em História na UFMT- Universidade Federal de Mato Grosso e em EMPREENDEDORISMO (2005) pelas Faculdades ICE. Com Mestrado em História Contemporânea pela UFMT/PPGHIS. MBA – Master in Business Administration em Gestão de Pessoas, MBA – Master in Business Administration em Gestão Empresarial e MBA – Master in Business Administration em Gestão de Marketing e Negócios. Professor na faculdade, Estácio de Sá – MT, Invest – Instituto de educação superior. Presidente da AGENCIAUTO/MT- Associação do Revendedores de Veículos do Estado de Mato Grosso, com larga experiência profissional na elaboração de planos de negócio voltados para o ramo automobilístico, gerenciamento comercial, administrativo, controle de estoque, avaliação de veículos, processos operacionais e estratégicos para empresas do setor automotivo e gestão de pessoas no âmbito organizacional.
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