Para o diretor da Federação da Agricultura e Pecuária de Mato Grosso (Famato) de Relações Institucionais Rogério Romanini uma ferrovia ligando Brasil e Peru é inviável economicamente.
Segundo Romanini sua opinião tem como base um levantamento feito pela Seção Latino Americana da União Internacional de Ferrovias (UIC), no ano de 2015, que apontou que o custo do transporte de uma tonelada de soja de Lucas do Rio Verde até Xangai, na China, sai por US$ 120,43 se a mercadoria for embarcada no porto de Santos (SP). Saindo pelo porto de Ilo, no Peru, o frete sai a US$ 166,92. Uma diferença de US$ 46,49 por tonelada.
Ponto de vista defendido também pelo diretor executivo do Movimento Pró-logística, Edeon Vaz Ferreira. Segundo ele, os custos de transporte da soja de Mato Grosso até o porto de Ilo, no Peru, seriam mais elevados que utilizando o porto de Santos, em São Paulo. Ele afirmou que a logística, é considerada o grande gargalo do estado, considerando que Mato Grosso está distante dos portos. “Temos um mercado interno bastante significativo, porém os grandes centros consumidores estão distantes”, pontuou Ferreira.
Conforme o diretor, em um governo passado, o Estado optou pela rodovia em vez de ferrovia e hidrovias. “Sendo assim, a nossa logística é um dos maiores problemas que Mato Grosso tem. O produtor rural da porteira para dentro é extremamente competitivo com qualquer agricultor do mundo, mas nós perdemos da porteira para fora em função da logística”, pontuou.
Na oportunidade o superintendente do Instituto Mato-grossense de Economia Agropecuária (Imea), Daniel Latorraca, fez uma apresentação sobre o “play mundial” da cadeia do agronegócio mato-grossense. Na explanação Latorraca, afirmou que o agronegócio representa 23% do Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro, tendo em vista que ele agrega não só a agropecuária, mais também toda a indústria, distribuição e comércio agro. “O agronegócio tem uma representatividade e vem segurando a economia do país”, destacou.
Os dados apontaram que Mato Grosso é líder em várias produções como: bovinocultura de corte, soja, milho, algodão, milho e girassol. Segundo Latorraca, essa liderança vem do grande crescimento que houve nos últimos anos. Em 2000, por exemplo, o estado produzia ao entorno de 2 milhões de toneladas de grãos e em 2015 atingiu 57 milhões de toneladas de grãos em pleno uso da capacidade.