O setor da construção civil espera ter uma retomada de crescimento em 2020. No ano passado já estava sendo um ano de transição para o setor que veio organizando alguns lançamentos para este ano.
No entanto, a geração de emprego em Mato Grosso continua a amargar os efeitos da crise iniciada em 2014. O mercado de trabalho formal tem hoje seu nível mais baixo, dos últimos quatro anos, e os empreendimentos só agora voltaram a apresentar sinais de movimentação.
O presidente do Sindicato dos Trabalhadores na Construção Civil, Joaquim Santana, disse recentemente à imprensa que menos de 6 mil trabalhadores estão associados à entidade, o que representa maior informalidade no setor. Em anos anteriores esse número já chegou a 26 mil de trabalhadores vinculados ao sindicato.
Muitas construtoras tem utilizado pelo menos metade dos trabalhadores no canteiro de obras na informalidade, na tentativa de reduzir custos trabalhistas.
O período de maior movimentação na construção civil de Mato Grosso foi de 2010 a 2014, anos em que o setor, impulsionado pelos programas federais de habitação, abriu várias frentes de expansão, principalmente em Cuiabá. Quando a fonte secou, na reta final de 2014, o setor foi um dos que sentiu de modo mais rápido e intenso o declínio da economia brasileira até à recessão, que ficou mais profunda de 2014 a 2018.
Segundo o Caged (Cadastro Geral de Empregados e Desempregados) a construção civil criou 71,1 mil vagas de trabalho no País em 2019. Já é sinal de recuperação se comparado com 2018. Naquele ano, quando outros nichos do mercado tinham números de recuperação, a construção civil ainda estava em queda e registrou o pior saldo, com perda de 117 mil vagas de trabalho.
Ano de transição
O ano de 2019 foi considerado um período de transição para a retomada mais forte dos negócios a partir desse ano. A Caixa Econômica Federal investiu mais de R$ 1 bilhão em financiamentos habitacionais. O último trimestre do ano passado, após a aprovação da reforma da previdência, queda de juros com novas linhas de financiamento mais baratas e retomada da confiança do consumidor, o setor da construção se animou para 2020.
Por outro lado, um fator que preocupa o setor este ano é o reajuste de ICMS, que fez com que alguns setores tivessem que aumentar o preço de produtos e insumos. Um dos setores afetados foi o de materiais de construção.
Mesmo diante do desafio, o setor continua animado com a retomada do mercado e espera realizar boas vendas nos novos projetos a partir de 2020.