Interessados em negociar com os bancos as dívidas pendentes de cheque especial, cartão de crédito, empréstimo pessoal, esse é o momento.
Vários bancos estão correndo atrás dos clientes na tentativa de receber o dinheiro perdido. A Caixa, por exemplo, no final de maio, deu descontos entre 40% e 90% do valor da dívida para clientes em débito há mais de um ano. Há ainda o programa do banco público focado em negociar dívidas de financiamento imobiliário.
Para o professor William Eid, coordenador do Centro de Estudos de Finanças da FGV, o crescimento nas renegociações reflete um interesse dos bancos em reaver parte dos recursos perdidos mesmo em um ambiente em que consumidores ainda estão com a renda espremida pelo desemprego elevado. Em abril, a taxa de desocupação era de 12,4%. "O bancos têm pouco interesse em ver a sua carteira de financiamentos com problemas", diz o professor da FGV.
Para os bancos, a vantagem é a diminuição das perdas e do volume de recursos que precisa ser separado para cobrir eventuais calotes, o que reduz o lucro das instituições. "O banco não vai fazer uma ação dessas [de renegociação] se a pessoa está pagando em dia. Buscará fazê-lo se existir uma interrupção do processo, quando há inadimplência", sugere Franco.
Há casos, porém, em que as instituições ofertam empréstimo pessoal a consumidores com uso de cheque especial elevado ou que podem dar calote no cartão de crédito.
Não há desconto na dívida e a medida pode contribuir para evitar um calote ao ampliar o prazo de pagamento do que é devido. Para o consumidor, a vantagem é driblar a bola de neve dos juros altos com um crédito pessoal.
Apesar das alternativas, mais 63 milhões de brasileiros estão com o nome sujo, segundo o Serasa, um dos birôs de crédito do país. O número permanece há anos acima dos 60 milhões.